Sabemos que receber o diagnóstico de câncer é difícil e gera muitas incertezas e tristeza, mas é importante entender, também, que existem diversas formas de tratamentos. Atualmente, existem mais de um milhão de sobreviventes de câncer colorretal nos EUA e a taxa de mortalidade da doença tem caído a cada década. Por isso, é importante você procurar atendimento médico sempre que não estiver se sentindo bem, pois a taxa de sobrevivência para esse tipo de câncer é de 90% quando diagnosticado cedo. (4,5)
O câncer de intestino é uma doença que pode ser prevenida e muitas vezes surge a partir do crescimento de lesões benignas que aparecem na parede do intestino, chamadas de pólipos. Dependendo do tipo de pólipo, ele pode evoluir e tornar-se um câncer, mas esse é um processo que costuma levar muitos anos. Há um maior risco de desenvolvimento de câncer colorretal se um pólipo for maior do que 1cm, se forem encontrados mais de 3 pólipos ou se for encontrado displasia na biópsia do pólipo após sua retirada. Displasia é quando a célula tem uma aparência anormal. Esses são os diferentes tipos de pólipos que existem:
Existe uma grande variedade de opções de tratamento para câncer colorretal, além de diversas opções de tratamento em desenvolvimento. Os tratamentos locais como cirurgia e radioterapia atuam localmente para tratar o tumor especificamente, em uma área restrita do corpo. Existem também os tratamentos sistêmicos, assim chamados por afetarem todo o corpo. Os tratamentos sistêmicos geralmente são feitos com medicamentos e são conhecidos como quimioterapia, imunoterapia ou terapia-alvo.
O médico, juntamente com o paciente, é responsável por avaliar cada caso e indicar o melhor tratamento de acordo com as particularidades de cada um. Após definir quais os riscos, benefícios e melhores resultados para o seu caso, conforme estágio da doença e condições clínicas, o tratamento indicado pelo seu médico pode ser a retirada cirúrgica do tumor. Nesse caso, existe a opção de realizar esse procedimento por cirurgia aberta, cirurgia laparoscópica ou cirurgia robótica. Para entender melhor sobre as técnicas cirúrgicas, consulte a seção “Como funciona a Cirurgia Robótica da Vinci?”.
Ressecção de Cólon:
O Cólon é composto de cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente e sigmóide e qualquer parte dele pode ser acometido por alguma doença. Sua principal função é a reabsorção de água, vitaminas e minerais e eliminação de restos alimentares. Caso seja necessário remover a parte doente do seu cólon, o nome do procedimento realizado é ressecção de cólon. Nesse procedimento, o cirurgião remove o segmento com a doença e, em casos de câncer, pode remover também os linfonodos da região. Após, é preciso reconectar as duas partes saudáveis que ficaram por uma técnica chamada anastomose que pode ser realizada internamente no seu abdome (anastomose intracorpórea) ou externamente (anastomose extracorpórea).
Ressecção de Reto
O que consideramos como reto é a parte final do intestino, que se conecta ao cólon pelo sigmóide e é composto do reto e canal anal. Sua função principal é armazenar os restos alimentares na forma de fezes até que sejam liberados na evacuação pelo ânus. Algumas doenças podem afetar essa região como câncer, prolapso anal, hemorróidas, entre outras. Em alguns casos, especialmente de câncer, pode ser necessário retirar cirurgicamente a parte do reto que está doente, o que é chamado de ressecção de reto ou ressecção anterior baixa e podem ser retirados, também, linfonodos e outros tecidos da região. A extensão e tipo de cirurgia depende de diversos fatores, entre eles a localização (mais acima próximo ao cólon ou mais abaixo próximo ao ânus) e extensão de tecidos comprometidos (se afetou, por exemplo, o esfíncter anal ou não). No procedimento, o cirurgião retira a região de reto afetada e, após, pode reconectar as partes saudáveis por meio de uma técnica chamada anastomose. Pode ser necessário usar uma bolsa de colostomia temporária ou permanente, que é uma bolsa conectada diretamente ao intestino por meio de um corte no abdome por onde as fezes passam e ficam armazenadas.
Outras doenças e condições não malignas também podem ser tratadas por meio da ressecção cirúrgica do cólon ou do reto como obstrução intestinal, remoção de condições pré-cancerosas, doença inflamatória intestinal, diverticulite ou, ainda, perfuração intestinal.
Toda abordagem cirúrgica traz riscos e quando um problema ocorre durante ou após uma cirurgia, chamamos de “complicação”. Estudos mostraram que existem menos complicações após uma ressecção de cólon quando usamos a cirurgia robótica da Vinci em comparação com a cirurgia aberta (6,7) ou com a cirurgia laparoscópica (8,9,10,11).
7 de cada 8 estudos revisados sugerem que é menos provável que o cirurgião precise converter para procedimento aberto quando realiza uma ressecção de reto da Vinci em comparação com cirurgia laparoscópica.(1) Além disso, os dados mostram que pacientes que realizaram ressecção de reto da Vinci também receberam alta do hospital mais rápido do que aqueles que fizeram o procedimento por cirurgia laparoscópica.(6,8,9,10,12,13)
Referências
https://bvsms.saude.gov.br/cancer-de-intestino/
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/prevencao_cancer_colorretal_cancer_intestino.pdf
https://robotassistedsurgery.ca/robot-assisted-procedures/colorectal-surgery/rectal-resection/
https://www.cancer.org/cancer/colon-rectal-cancer/detection-diagnosis-staging/signs-and-symptoms.html